Dy Eiterer

Na falta do que sentir, encarava as paredes.
Na falta do que cantar, calava as esperanças. Emudecia até os Chicos (Buarque, Cesar, Science) com seu desprezo pelo som próprio e alheio.
Imersa na solidão que cobre as casas nas madrugadas e toma lugar até nas camas dos casais, estalava os dedos e imaginava faíscas.
Faíscas.
Centelhas.
Fagulhas.
O instante mais breve dos encontros de olhares, quando duas escuridões se iluminam, se amam, se consomem, se vão.
Volta-se à escuridão própria.
Volta-se ao abandono em si, a queda na real: o que vale são os instantes.
Volta-se a dar voz aos Chicos, aos livros, aos passos (de dança – a fala do corpo).
Na falta do que viver, sonha.
No excesso de sonhos, escreve.
Ainda bem que como a areia dos desertos, as palavras são (quase) infinitas e encantadoras.
—————– Evento ———————————-
Lembramos que amanhã, 19 de outubro, sábado, a partir das 18h, teremos o lançamento do livro “Coletânea Poemas Hot” no Berbere Café e Cerveja!
Além da presença de autores, o evento contará com uma carta de drinks especiais e menu exclusivo com comidinhas a apenas 10 reais!
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